A Honra dos Samurais - Fatos Honrados Sobre os Samurais
A história de Kenshin e Takeda
Dois daimyos rivais Uesugi Kenshin e Takeda Shingen viviam em guerra. Eles eram dois dos melhores comandantes e administradores do período. Seus domínios faziam fronteira, o que os tornava rivais. Houve até confrontos individuais entre os dois onde Kenshin quase acertava Takeda, mas o mesmo conseguiu bloquear o ataque. Nessa época nenhum exército poderia funcionar sem um recurso natural, o sal. Que era utilizado por diversos motivos, sendo o principal a preservação da comida. A província de Kai, governada por Takeda, não tinha saída para o mar, o que o obrigava a importar o sal de outras províncias. Esse foi seu calcanhar de Aquiles quando a província de Takeda foi cercada por dois inimigos aos mesmo tempo. Os inimigos bloquearam Kai e embargaram o sal, o que gerou muito sofrimento em Kai. A ideia dos inimigos era vencer fazendo-os passar fome. No auge do desespero, no horizonte surgiu um comboio de mulas e cavalos com carregamentos de sal enviados por Uesugi Kenshin para Takeda. Depois, os conselheiros perguntaram a Kenshin: "Por que salvar Shingen? Ele seria derrotado!", no qual Kenshin respondeu: "Batalhas devem ser vencidas com espadas e lanças, não com arroz e sal."
O ritual Seppuku (Hara-kiri)
O Seppuku (ou Hara-kiri) significa literalmente “corte estomacal”. O seppuku consiste na obrigação ou dever do samurai de suicidar-se em determinadas situações, ou quando julga ter perdido a sua honra. Várias circunstâncias podiam levar o samurai a praticar o harakiri. Entre elas:
– Como castigo e forma de recuperar a sua honra pessoal, uma vez que esta foi perdida em alguma atitude indigna do nome de sua família e de seus ancestrais;
– A fim de evitar ser prisioneiro em campos de batalha, pois era considerado imensa desonra entre os samurais se render ao adversário; assim, eles preferiam renunciar à vida do que entregar-se a mãos inimigas. Além disso, a rendição também não era uma boa escolha, pois os presos eram quase sempre torturados e maltratados;
– Em um ato de pura lealdade, o samurai chega a se matar para chamar a atenção de seu senhor (daimiô) a algo de errado que ele venha fazendo, advertendo-o. Alguns samurais também se suicidavam ao ver o declínio dos seus senhores, ou mesmo quando estes morriam, como forma de acompanhá-los eternamente e seguir o preceito de que um samurai não serve a mais de um daimiô em sua vida.
Existiam algumas versões deste suicídio, sendo que uma delas era de "campo de batalha". Nesta, o suicida perfurava seu estômago com uma lâmina curta, movendo-a da esquerda para a direita, até que ele ficasse todo cortado e estripado. Neste ponto, um “assistente”, geralmente um amigo, terminava o serviço, decapitando-o com uma espada (caso contrário, morrer seria um processo extremamente longo e doloroso).
Além dessa versão, existia aquela que envolvia um ritual muito mais longo e elaborado. Esta era iniciada por um banho cerimonial. Em seguida, o samurai era vestido com roupas brancas e servido com a sua refeição favorita. Feito isso, ele deveria escrever um poema de morte onde expressava suas palavras finais. Mais uma vez, um assistente entrava em ação e lhe cortava a cabeça, deixando um filete de carne no pescoço para ela ficar pendurada e não voar para a plateia que assistia. Na realidade, não era bem um suicídio.
A morte por evisceração era lenta e dolorosa, e podia levar horas. Apesar disso, o samurai devia mostrar absoluto controle de si mesmo, não podendo dar sinais de dor ou medo.
Ao lado do suicida ficava um amigo ou parente, o kaishakunin, que portava uma espada. Era uma espécie de assistente do ritual; se o samurai demonstrava não estar mais suportando a dor, o kaishakunin dava-lhe o golpe de misericórdia, decepando sua cabeça.
Seria considerada imensa falta de respeito se a cabeça do samurai rolasse diante de seus parentes, que geralmente também assistiam à execução. Por causa disso o kaishakunin devia acertar o pescoço do samurai de modo a deixar a sua cabeça pendendo, para que esta não fosse degolada. Assim, o kaishakunin devia ser um exímio espadachim, pois não poderia falhar em sua atuação. Era uma função considerada honrosa.
Tornou-se costume entre as famílias de samurais ensinar o filho homem, na véspera de ingressar na vida adulta, o modo exato de se praticar o seppuku.
Nem sempre o ritual era seguido à risca com todos os seus detalhes. Em alguns casos extremos como em campos de batalha, onde não havia tempo para tais preparos, o samurai abandonava a vida apenas enfiando a espada em sua barriga.
O primeiro harakiri registrado na história data de 1170, quando Minamoto Tametomo, figura quase lendária do clã Minamoto, suicida-se após perder uma batalha contra o também famoso clã dos Taira.
Decapitação de Saigo
Quando o ultimo verdadeiro samurai reconhecido pelo Japão Saigo Takamori foi ferido a tiros, seus discípulos lhe fizeram o ritual Seppuku (hara-kiri), pois ele havia sido baleado no quadril e não conseguia realizar o Seppuku por si mesmo. Depois do ritual Hara-kiri, os discípulos cortaram a cabeça de Saigo levando-a consigo para que seus inimigos não a tivessem como troféu.
Armaduras samurais
As armaduras não eram apenas para o campo de batalha, ela possuíam a beleza japonesa. Era feita para ser bela. Eram uma roupa para a hora da morte, mas alguns acreditam que também era uma roupa para o desfile da vitória.
Práticas e preparo dos samurais
Um samurai devia ser absolutamente limpo, ter as unhas cortadas da maneira certa, deveria carregar ruge na bolsa, pois poderia morrer, e ao morrer não poderia parecer pálido ou assustado, e sim o rosto de alguém que escolheu a morte. Ao sair para a batalha ele deveria queimar incenso no capacete, pois ao ser decapitado e ter o capacete arrancado, deveria oferecer ao vitorioso uma experiência agradável.
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