Máximas de Marco Aurélio

outubro 09, 2020 , , 0 Comments



"Ajusta-te às coisas que te foram destinas pela sorte; e ama, mas verdadeiramente, as pessoas que o destino a ti apontou para a convivência." [Marco Aurélio, Meditações, EdiPro, Livro VII, Pág 75]


"Não te inquietes com as coisas futuras; com efeito, se houer necessidade, tu as encararás de posse da mesma razão que agora empregas com os problemas atuais." [Marco Aurélio, Meditações, EdiPro, Livro VII, Pág 82]


"No que diz respeito ao ser vivo racional, a mesma ação que se conforma com a natureza está também em conformidade com a razão." [Marco Aurélio, Meditações, EdiPro, Livro VII, Pág 82]


"Não consideres como estando presentes as coisas ausentes; em lugar disso, diante das coisas presentes, avalia as mais propícias, lembrando, ademais, com que alegria empreenderias a busca delas, se não estivessem presentes. Todavia, ao mesmo tempo, vigia para não te comprazeres demasiado com elas, a ponto de com o tempo superestimá-las: o resultado seria sua eventual falta causar-te perturbação." [Marco Aurélio, Meditações, EdiPro, Livro VII, Pág 85]


"Limita-te a amar o que acontece a ti mesmo e a trama de teu destino. Afinal, o que seria a ti mais conveniente?" [Marco Aurélio, Meditações, EdiPro, Livro VII, Pág 90]


"Cada um deve realizar aquilo que atende a sua constituição; as coisas e os animais restantes, distintos dos seres racionais, foram constituídos em função destes últimos, como percebemos em tudo que as coisas inferiores foram constituídas em função das superiores, isso embora os seres racionais hajam sido constituídos uns em função dos outros. Portanto, na constituição humana, o prioritário é o aspecto social. Em segundo lugar, vem a firmeza ou a inflexibilidade diante das exigências corpóreas; de fato, oque caracteriza  movimento da razão e da inteligência é estabelecer com precisão um limite para si mesmo e não ser subjugado nem pelas agitações dos sentidos nem pelos impulsos do instinto. Com efeito, esses impulsos ou agitações têm caráter animal. Contudo, a vontade do movimento da inteligência é prevalecer e não ser dominado por aquelas agitações e impulsos. Com justiça, pois é naturalmente dotado do poder de fazer uso dos demais. O terceiro ponto é que faz parte da constituição de um ser racional não ser precipitado nem se deixar enganar facilmente. Portanto, que tua faculdade condutora, tendo isso disponível, siga sem desvios seu caminho e mantenha a posse do que lhe cabe." [Marco Aurélio, Meditações, EdiPro, Livro VII, Pág 89-90]


"Nas ações, não aja de maneira precipitada nem de maneira lânguida ou negligente; nas conversas, não seja criador de confusão e desentendimento; nas ideias, não te desorientes perdendo a coerência; na tua alma, de modo algum te contraias sob o peso das preocupações nem te distraias fugindo delas; e não ocupes tua vida inteira com negócios e dificuldades dispensando o ócio.

Matam, esquartejam, vão em frente com suas imprecações ou maldições. No que isso se opõe a manteres a pureza, a prudência, a moderação e a justiça do teu pensamento? É como se alguém cobrisse de injúrias uma fonte de água límpida e doce ao passar nas proximidades dela: nem por isso deixará de jorrar água potável; mas mesmo que venha a lançar lama, mesmo que venha a lançar esterco, não tardará a produzir sua dispersão e lavagem, de sorte que nada, de modo algum, permanecerá poluído. como carregarás em ti uma fonte inesgotável? Conservando-te constantemente atento à liberdade acompanhada de benevolência, da simplicidade e da discrição." [Marco Aurélio, Meditações, EdiPro, Livro VII, página 105-106]


"Não só comete injustiça aquele que faz certa coisa como, frequentemente, também aquele que se omite em fazê-la." [Marco Aurélio, Meditações, EdiPro, Livro IX, Pág 111]


"Ou os deuses carecem de qualquer poder, ou possuem algum poder. Se não o possuem, por que tuas súplicas? Se, entretanto, possuem algum, por que em lugar de lhes suplicar a concessão de uma coisa ou outra, não te dispões a lhes orar suplicando que te concedam o completo destemor diante das coisas, que não sejas tomado pelo desejo por alguma delas nem venhas a sofrer ou afligir-te por causa de alguma delas? Se, afinal, eles têm o poder de amparar de todas as formas os seres humanos, também podem ampará-los nisso. Mas dirás, talvez: "Os deuses produziram as coisas para ficarem sob meu controle". Ora, não seria melhor servir-se livremente daquilo que se acha sob teu controle do que assumires uma postura vil e tacanha ante aquilo que não está sob teu controle? E quem te disse que os deuses não nos amparam, inclusive, naquilo que está sob nosso controle? Começa por fazer tuas preces nesse sentido e verás o resultado. Aquele indivíduo ora expressando um anseio: "Pudesse eu dormir com aquela pessoa!". E tu: "Pudesse eu não desejar dormir com aquela pessoa!". Outro indivíduo: "Pudesse eu livrar-me daquela pessoa!". Tu: "Pudesse eu não precisar me livrar daquela pessoa!". Outro: "Pudesse eu não perder meu filho!". Tu: "Pudesse eu não temer perder meu filho!". Para resumir: age desse modo, reorientando tuas orações, e observa o que acontece." [Marco Aurélio, Meditações, EdiPro, Livro XI, Pág 118]

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