As Valquírias (Valkyrja)
As valquírias ou valkirias (nórdico antigo: valkyrja, lit. "a que escolhe os mortos") são entidades da mitologia nórdica, representadas como belas mulheres virgens que vestiam armaduras brilhantes e montavam cavalos alados. Eram servas de Odin, que a mando dele escolhiam mais bravos guerreiros, chamados de Einherjar, mortos no campo de batalha para formar o exército de Odin e enfrentar os gigantes no dia da batalha final, o Ragnarok. Elas levavam estes guerreiros para Valhalla a onde eles comeriam e beberiam. Elas também levavam as ordens de Odin enquanto a batalha se desenrolava, dando vitória segundo a vontade dele.
Quando não estavam cuidando dos feridos nos campos de batalha ou levando almas para os salões de Valhala, as Valquírias supervisionavam as batalhas de Midgard (o mundo dos homens) e protegiam seus guerreiros favoritos. Nas descrições dos poetas, elas aparecem como mulheres usando armadura e montadas em cavalos, passando rapidamente acima do mar e da terra. Elas levam as ordens de Odin enquanto a batalha se desenrola, dando vitória segundo a vontade dele, e, no fim, conduzem os guerreiros derrotados e mortos a Valhala.
Quando elas cavalgavam pelos campos suas armaduras emitiam um estranho brilho bruxuleante, que iluminavam os céus nórdicos, produzindo aquilo que conhecemos hoje como Aurora Boreal ou Luzes Nórdicas.
Elas eram jovens, virgens, bonitas, altas, loiras de olhos azuis.
Algumas das suas alcunhas são:"As virgens que escolhem os mortos","As donzelas que escolhem os heróis" e "Borboleta da morte".
Montadas em cavalos alados e armadas com elmos e lanças, sobrevoavam os campos de batalha escolhendo os mais bravos guerreiros recém-abatidos para entrarem em Valhala. Elas o faziam por ordem e benefício de Odin, que precisava de muitos guerreiros corajosos para a batalha vindoura do Ragnarok, ou seja a batalha do fim do mundo entre os deuses Odin e Loki.
As valquírias escoltavam esses heróis, que eram conhecidos como Einherjar, para Valhala (O salão de Odin). Lá, os escolhidos lutariam todos os dias e festejariam todas as noites.
Os vikings acreditavam que a visão das Valquírias cavalgando seus fogosos corcéis era um espetáculo impressionante e inesquecível. Vestidas com armaduras e armadas de flechas, espadas e escudos, elas emergiam subitamente das nuvens, em meio aos relâmpagos e trovões provocados por seu galope. Apesar das qualidades guerreiras, elas também eram consideradas deusas da fertilidade, pois o orvalho que umedecia a terra se originava do suor de seus cavalos e a aurora boreal se formava do reflexo da luz em seus escudos.
A mais famosa das Valquírias era Brunilda (também conhecida como Brynhild, Brünnehild, Brunhild, ou Brunhilda), que aparece em um grande número de lendas. De acordo com a "Volsunga Saga" ela era líder das Valquírias. Apesar de ela ter sido a predileta de Odin, ela o desobedeceu uma vez com relação a quem deveria morrer e quem deveria viver e por isso sentiu a cólera do deus. Ele a puniu colocando-a em um sono mágico, envolta em um anel de fogo. Apenas um guerreiro destemido o bastante para desbravar as chamas teria o poder de despertá-la.uírias. Às vezes, as Valquírias podiam aparecer metamorfoseadas em cisnes ou corvos.
Porém na mitologia nórdica do século seis em diante, encontramos as figuras mais familiares das valquírias, as amáveis donzelas-cisne. O mito diz que as valquírias frequentemente vinham ao mundo terreno em forma de um cisne para procurar um riacho ou lago tranquilo para nadar. Se um homem roubasse a plumagem da valquíria enquanto ela se banhava, ela estaria presa à terra e o homem poderia se casar com a mesma.
The Valkyrie's Vigil
(A vigília da valquíria, do pintor pré-rafaelita Edward Robert Hughes.)
As valquírias são mencionadas em Edda em verso, um livro de poemas compilado no século XIII a partir de fontes históricas; a Edda em prosa e Heimskringla (de Snorri Sturluson), e na saga de Njáls, uma saga islandesa, todas escritas no século XIII. As valquírias surgem em toda a poesia escáldica, no encanto do século XIV, e em várias inscrições rúnicas. Segundo a Edda em prosa (Gylfaginning 35), "Odin nomeia valquírias para todas as batalhas. Estas atribuem a morte aos homens e comandam a vitória. Gunnr e Róta [duas valquírias] e a norna mais jovem, chamada Skuld, sempre cavalgavam para eleger quem deveria morrer e para chefiar as matanças".
A literatura nórdica antiga nos deixou um retrato das dignificadas Valquírias montadas em cavalos e armadas com lanças; mas também sobreviveu um quadro diferente, mas rústico, de mulheres sobrenaturais ligadas a sangue e sacrifício. Criaturas fêmeas, às vezes de tamanhos gigantescos, despejam sangue sobre um distrito onde haverá uma batalha; às vezes, elas são descritas carregando cochos de sangue ou montadas em lobos ou são vistas remando um barco em meio a chuva de sangue caindo do céu.
Essas figuras geralmente são augúrios de luta e morte; elas às vezes aparecem para os homens em sonhos, e são descritas mais de uma vez nos versos dos escaldos, nos séculos X e XI. O mais famoso exemplo de uma visão em sonho e mencionado em Njáls Saga(sagas das famílias islandesas), que teria acontecido antes da Batalha de Clontarf, travada em Dublin em 1014. Um grupo de mulheres foi vista tecendo uma tapeçaria tétrica formada das entranhas de homens e pesada com cabeças decepadas. Elas estavam colocando a cena do fundo, que era de lanças cinza, com um carmesim. Eram chamadas pelos nomes das Valquírias. Um poema é citado na Saga, que teria sido recitado por elas, no qual declarariam que são elas que decidem quem deve morrer na batalha iminente.
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