Notícia - Polônia Criminaliza Ainda Mais o Aborto
Manifestação pela liberalização do aborto na quinta-feira à noite REUTERS. No cartaz Prawa Kobiet (Direitos das mulheres).
O Parlamento polaco rejeitou uma proposta que propunha o fim de algumas restrições à "interrupção" voluntária da gravidez, aprovando em vez delas medidas para tornar o aborto mais difícil.
A Polónia tem as leis mais restritivas sobre o aborto em toda a Europa, com a "interrupção" da gravidez sendo possível apenas quando a vida do bebê ou da mulher estão ameaçadas ou quando a gravidez resulta de violação ou incesto.
Se for promulgada, a Lei Parem o Aborto – uma iniciativa de um grupo de cidadãos - pode impedir a "interrupção" da gravidez mesmo quando há doenças congênitas no bebê.
Muitas mulheres polacas viajam para o estrangeiro para assassinarem seu bebês ou tomam medicamentos abortivos comprados na Internet.
Em 2016, o partido no poder Lei e Justiça foi forçado a recuar na tentativa de proibir totalmente o aborto – a proposta de lei motivou grandes protestos nas ruas.
Mas o líder do partido, Jaroslaw Kaczynski, disse que o executivo iria continuar tentando apertar a lei.
"Vamos conseguir que mesmo nas gravidezes difíceis, quando se sabe que a criança vai morrer ou que vai ter grandes malformações, as mulheres deem à luz de forma a que a criança seja batizada e sepultada, que tenha um nome", disse Kaczynski.
Na quinta-feira, ao apresentar a proposta de lei que foi aprovada, Kaja Godek, da Fundação Vida e Família, disse aos deputados que estava no Parlamento que não quer que os hospitais se transformem em matadouros.
Desde que chegou ao poder em 2015, o PiS acabou com os tratamentos de fertilização in vitro pagos pelo Estado e restringiu o acesso à contracepção de emergência, introduzindo a obrigatoriedade de existir uma prescrição médica para a pílula do dia seguinte.
Lukasz Szumowski, nomeado ministro da Súde na remodelação governamental da semana passada, é um dos quatro mil médicos que assinaram uma declaração de fé, comprometendo-se a não fazer abortos, eutanásia, prescrever contracepção, inseminação artificial ou inseminação in vitro, com base na ideia de que estes atos violam os mandamentos básicos do decálogo (10 mandamentos) e rejeitam o Criador.
A proposta de lei "Salvem as mulheres" permitiria abortar até às 12 semanas. Mas foi rejeitada – alguns deputados da oposição não apareceram e outros abstiveram-se.
Fonte:
https://www.publico.pt/2018/01/12/mundo/noticia/polonia-criminaliza-ainda-mais-o-aborto-1799121
(Matéria editada e limpada de ideologias, marxismos, distorções e difamações)
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