O Homem e a Morte: Três Vivos e Três Mortos - Parte 21


A lenda dos "Três Vivos e os Três Mortos", uma forma de memento mori, fala sobre uma cavalgada ou caça onde três jovens cavalheiros encontram três cadáveres (às vezes descritos como seus ancestrais) que os avisam: "Quod fuimus, estis; quod sumus, vos eritis" (O que fomos, você é; o que somos, você será).

A lenda dos três vivos e dos três mortos provavelmente vem da França. Os manuscritos mais antigos remontam ao século XIII: contêm poemas de Baudoin de Condé, de Nicolas de Margival e de dois escritores desconhecidos.

O enredo da lenda é bastante simples: três cadáveres (representando eclesiásticos) se encontram com três vivos (um duque, um conde e um príncipe). Os últimos estão apavorados com este encontro. Os mortos falam aos três homens ricos, exortando-os a se arrependerem: "Tal como eu fui você é, tal como eu sou você será. Riqueza, honra e poder não têm valor na hora de sua morte".

A Dança da Morte não é um precursor direto da lenda. Ambas tem o gênero semelhante, mas há uma discrepância significativa na filosofia dos dois generos. Na Dança da Morte é tarde demais para se arrepender e todas pessoas devem se juntar a dança, já na lenda os mortos tentam persuadir os vivos a se arrependerem enquanto ainda é tempo.


Poema inglês

Há um poema inglês do século XV sobre está lenda intitulado "The Three Dead Kings" (Os Três Reis Mortos) ou "The Three Living and the Three Dead" (Os Três Vivos e os Três Mortos), atribuído a um padre de Shropshire chamado John Audelay.

No poema, um narrador sem nome descreve ter visto uma caça ao javali, uma abertura típica do gênero da chanson d'aventure. Três reis estão seguindo a caça; eles se perdem na névoa e são separados de seus retentores. De repente, "schokyn out of a schawe" (Começando fora de uma floresta), três cadáveres ambulantes aparecem, descritos em termos graficamente hediondos. Os reis ficam apavorados, mas mostram uma série de reações aos três Mortos, que vão desde o desejo de fugir até a resolução de enfrentá-los. Os três cadáveres, em resposta, afirmam que não são demônios, mas os antepassados ​​dos três reis, e criticam seus herdeiros por negligenciar sua memória e não rezar por suas almas:

No passado, os três mortos eram materialistas e amantes do prazer: "Wyle I was mon apon mold merþis þai were myne" (Enquanto eu era um homem na terra, os prazeres eram meus), e agora sofrem por isso. Eventualmente, os Mortos vão embora, a luz vermelha do dia chega e os reis voltam para casa. A mensagem final dos Mortos é que os vivos devem sempre estar atentos a eles - "Makis, your merour be me" - e à natureza transitória da vida. Posteriormente, os reis erguem uma igreja 'com massa' e têm a história escrita em suas paredes.

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