Charis D'Cruz: O Homem e a Morte

abril 01, 2018 , , , 0 Comments

O Homem e a Morte


Há algum tempo tenho me questionado sobre o que a morte deveria ser para um homem.
Os homines da antiguidade não temiam a morte, os nórdicos por exemplo tinham por honra maior morrer em batalha e ir para Valhöll, tornando-se assim um Einherjar. Já os homens da modernidade tremem em sequer pensar na morte. Eles passam a vida evitando isso, dando-lhes a ilusão que o dia fatal não irá chegar, que eles são imortais.

O que aconteceu conosco?

A vida na civilização moderna longe de perigos, lutas, guerras, sempre no maior conforto, os acovardou e tornou-lhes fracos.

O homem não deve temer a morte. Em verdade, deve busca-la. Não como escapatória ou auto-desprezo, mas como o destino final de um guerreiro. A morte é o ápice do que podemos alcançar em vida. 

A morte deve ser vista como algo inevitável. Assim sendo, tomando-se consciência de nossa própria mortalidade, reconhecemos que não somos nada, que estamos aqui para cumprir algo maior que nós, que estamos aqui, nesta vida, apenas para sermos testados. A morte é o fim da prova, e o que vem depois dela é o seu resultado.

Toda cultura que assim pensava, possuía os maiores, mais temidos e mais valentes guerreiros da humanidade. Até mesmo os que acreditam apenas nesta vida medíocre, tinham desprezo pela vida, pois sabiam que não somos nada.

Não temendo a morte compreendemos o sentido da nossa existência. O sentido maior!

Sorria para a morte, despreze a vida.

Tenha desprezo pela sua vida, não como algo descartável, mas como algo passageiro que é. Ao desprezar a vida, você não terá apego a ela. E apegar-se a ela é tolice, já que é algo momentâneo. Desprezando a vida, você desprezará o medo.

O eterno é o que está dentro de você! Como um filho, o Criador se põe a educa-lo.

Homens sacrificam suas vidas por sua família, sua pátria, seu povo, seu ideal, seu Deus. Eles tem noção do que é sagrado e dão sua vida por isso. Não se importando como serão lembrados, se vão reconhecer seu sacrifício, se vão cuspir em sua memória, se esquecerão deles e do que eles fizeram, se serão tidos como monstros ou heróis. Um homem deve fazer o que é preciso fazer e não deve se importar de como será lembrado pela humanidade, nem buscar agradar meros mortais. Seu sacrifício deve ser pelo bem maior, e o único a quem ele deve agradar é a Deus, que é eterno, que é justo. 

Os homens da antiguidade sabiam por que estavam se sacrificando. Enquanto, os homens da modernidade se perguntar pelo quê morrer. Eles se esqueceram do que é sagrado. O sagrado foi corrompido e tirado deles. Em sua egoísta individualidade eles pensam somente e si, no culto fatal de Narciso.

Culto ao sagrado: Deus, família, povo e nação.

Quando esquecemos quem somos, esquecemos para que viemos.

"Morrer por uma causa nobre é a forma mais esplêndida e heroica de se morrer. Mas agora, não há algo como "uma nobre causa". É devido ao sistema da democracia, ela não precisa de tal coisa como 'uma nobre causa'. então é apenas natural que isso não exista. Então, se você não reconhece em seu coração os valores maiores que você, você se encontra num estado psicológico no qual sua existência individual é sem sentido." - Yukio Mishima

No filme Troia de 2004 um garoto fala para o guerreiro Aquiles "O tessálico que vai lutar com o senhor ele é o maior homem que já vi... eu não lutaria com ele!"  ao que Aquiles responde: "Por isso que seu nome nunca será lembrado!".


Texto escrito por: Charis D'Cruz
Outras Partes: 
O Homem e a Morte - Parte 1
O Homem e a Morte: A Aptidão- Parte 2
O Homem e a Morte: A Ilusão - Parte 3
O Homem e a Morte: A Escolha - Parte 4
O Homem e a Morte: Doença - Parte 5

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